Perfis de emissões baseados em ativos vs. médias setoriais: o que é melhor para os investidores?

15/7/2025
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A comunidade de investimento está em um ponto de inflexão no que diz respeito à análise de riscos climáticos.

Os riscos de não identificar e gerenciar com precisão os riscos climáticos de transição e físicos enfrentados por empresas tanto em mercados de capitais listados quanto privados estão crescendo. Ao mesmo tempo, as exigências regulatórias estão se diversificando e se tornando mais rigorosas, e os stakeholders estão exigindo muito mais do que estimativas genéricas das emissões das empresas. A maioria dos provedores de dados de emissões ainda se baseia em metodologias ultrapassadas que simplificam demais as complexidades das emissões corporativas, obscurecendo riscos e oportunidades reais. As médias setoriais são um atalho conveniente, mas não revelam a verdadeira perspectiva de risco de transição de uma empresa.

Modelar dados de emissões no nível da empresa com base em proxies ou estimativas médias de intensidade setorial é, na maioria dos casos, pouco melhor do que um palpite fundamentado. Esse tipo de abordagem ignora uma grande quantidade de informações relevantes no nível de ativos físicos emissores de carbono. Empresas do mesmo setor e que operam na mesma região podem ter emissões e intensidades de emissões drasticamente diferentes, influenciadas por fatores como o mix tecnológico do portfólio de ativos, o ciclo de vida desses ativos e práticas operacionais específicas da empresa. Encaixar todas as empresas na mesma curva pode distorcer perigosamente os riscos, mascarar outliers e minar a confiança de gestores de portfólio que buscam retornos sustentáveis e proteção contra riscos de transição.

Uma abordagem baseada em ativos oferece uma compreensão muito mais precisa e sofisticada das emissões e riscos de cada empresa: útil para relatórios regulatórios, essencial para reportar emissões financiadas com precisão e fundamental para a composição e análise transparente e acionável de portfólios.

O que são estimativas baseadas em médias setoriais?

Estimativas baseadas em médias setoriais normalmente calculam as emissões de uma empresa com base na intensidade média de carbono do setor ao qual ela pertence, com variações regionais ou nacionais em alguns casos. Essas estimativas refletem dados históricos médios de emissões para empresas de um setor específico. Outros métodos utilizam fatores de emissão de modelos EEIO (Environmentally-Extended Input Output), mantidos por órgãos públicos como a EPA dos EUA ou a União Europeia. Uma das metodologias mais comuns entre provedores de dados é a abordagem baseada em receita, que correlaciona a intensidade média de emissões com as receitas das empresas. Em todos os casos, a abordagem setorial assume que empresas do mesmo setor terão razões de intensidade de carbono semelhantes.

O que são dados baseados em ativos?

Na Asset Impact, desenvolvemos e aprimoramos uma abordagem baseada em ativos. Identificamos e perfilamos cada ativo físico - e seus respectivos proprietários corporativos - nos mais de 11 setores que cobrimos, a fim de obter ou estimar as emissões associadas a esses ativos em diferentes escopos de atividade. Trabalhamos com provedores especializados em dados no nível de ativos para entender e modelar as características relevantes de cada um. Para cada ativo, fornecemos tanto métricas de atividade (por exemplo, toneladas de combustível utilizadas), quanto fatores físicos de intensidade de emissões (por exemplo, toneladas de CO₂ equivalente por tonelada de combustível), utilizados para modelar as emissões absolutas (por exemplo, toneladas de CO₂ equivalente por ano).

Neste processo, consideramos a localização geográfica dos ativos, as tecnologias empregadas e o estágio do ciclo de vida em que se encontram. Na etapa final, conectamos cada ativo individual a seus proprietários diretos e indiretos, utilizando metodologias de consolidação transparentes e consistentes.

Ao consolidar esses dados do nível dos ativos para o nível da empresa, os insights refletem resultados do mundo real. Isso gera uma compreensão detalhada, consistente e comparável das emissões de uma empresa, muito além das médias genéricas.

Gráfico #1

O gráfico abaixo demonstra como o uso de dados baseados em ativos oferece muito mais detalhes do que abordagens baseadas em médias, permitindo que investidores façam perguntas muito mais precisas ao identificar oportunidades de investimento e ao desenvolver estratégias de engajamento com acionistas.

Com dados no nível dos ativos em mãos, é possível entender exatamente o que impulsiona o desempenho climático de uma empresa e como isso se compara não apenas com o setor como um todo, mas também com concorrentes específicos.

Por exemplo, algumas empresas do setor de aço utilizam principalmente fornos elétricos de arco de última geração movidos a energia renovável, enquanto outras dependem de altos-fornos a carvão, e outras ainda combinam ambas as tecnologias, resultando em intensidades físicas de emissões drasticamente diferentes.

Por outro lado, aplicar a mesma intensidade de emissões a todas as instalações ou empresas, sem justificativa adequada, obscurece essas diferenças significativas e pode levar a estratégias de investimento equivocadas ou avaliações de risco mal calibradas.

Gráfico #2
Limitações das médias setoriais para investidores

Além de não serem transparentes por definição, as abordagens baseadas em médias setoriais apresentam riscos relevantes para investidores que utilizam esses dados, por diversas razões:

  • Tendem a superestimar as emissões de empresas maiores e mais eficientes, com bases de ativos mais limpas e avançadas;
  • São particularmente imprecisas para empresas de pequeno porte ou de mercados emergentes, cujas características específicas frequentemente divergem das tendências médias do setor;
  • Aplicam intensidades médias de emissões no nível da empresa a subsidiárias que atuam em setores ou regiões diferentes, diluindo ainda mais a precisão e distorcendo a avaliação de riscos;
  • Olham para o passado e não capturam investimentos em andamento ou futuros em eletrificação, adoção de tecnologias limpas, melhorias de processos ou tecnologias de captura de carbono;
  • São sensíveis a outliers gerados por empresas com emissões excepcionalmente altas ou baixas, que podem distorcer a média e gerar uma impressão equivocada sobre o desempenho de empresas individuais.
Elevando o padrão da qualidade dos dados climáticos

Muitos provedores de dados ainda priorizam a cobertura em detrimento da precisão, baseando-se fortemente em estimativas e modelos. Embora isso seja conveniente, expõe instituições financeiras a riscos em suas análises climáticas. A Asset Impact, por sua vez, cobre mais de 65.000 empresas listadas e não listadas em 11 setores, provando que novas abordagens podem oferecer aos investidores altos níveis de transparência e detalhamento sem comprometer a cobertura.

Para bancos e gestores de ativos na Europa e América do Norte, regulamentações climáticas como ISSB S1 e S2, SFDR, TCFD e a Taxonomia da UE estão elevando os padrões de transparência e precisão. Esses requisitos exigem dados robustos, que permitam mensurar com exatidão riscos climáticos e emissões financiadas.

À medida que instituições financeiras integram riscos climáticos de forma mais profunda em seus processos de gestão de risco, abandonar atalhos fáceis, porém arriscados, como proxies setoriais, torna-se fundamental. Os dados baseados em ativos oferecem a profundidade e a transparência necessárias para avaliar riscos com precisão e alocar recursos de forma responsável. Em um cenário onde estimativas médias já não são suficientes, essa abordagem garante que as instituições estejam preparadas para os desafios regulatórios e as expectativas do mercado.

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